domingo, 21 de novembro de 2010

Na luta por justiça e igualdade social

Arquivo Pessoal -  Edna
Dia 20 de Novembro, foi marcado pelo dia da morte de Zumbi dos Palmares.
 Che Guevara foi um dos lideres de um dos quilombos que existiam no Brasil,  lutou pela liberdade do negro contra a escravidão e  morreu em 1695 em um combate, defendendo seu povo e sua comunidade.
 “Dia da Consciência Negra” considerado como feriado em mais de 350 cidades do País é dedicado a reflexão sobre a presença do negro na sociedade brasileira, marcada pela conquista da liberdade desse grupo.
Hoje a lei brasileira, obriga as escolas a ensinarem os temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais estabelecem que a diversidade cultural do país deva ser trabalhada, para combater a discriminação.
Ocorreu em São Bernardo do Campo, neste dia 20 uma caminhada onde se encontraram representantes de entidades religiosa afro, alguns políticos entre eles o deputado federal Vicentinho e também a Educafro, rede de pré vestibulares comunitários afrodescendentes e carentes, todos com objetivo da liberdade da justiça social. O grito de guerra da Educafro foi:
Che, Zumbi, Antonio Conselheiro:
Na luta por justiça

Somos todos companheiros!
Edna R.

Encontro com Milton Santos " O mundo global visto do lado de cá"

Seria fácil elencar os danos causados pela ganância do homem, e também o que tem movido o sistema mundial globalizado a ser tal como é.
O Globaritarismo aliado ao capitalismo destruiu e vem destruindo os homens, os espaços físicos e comercializando a riqueza natural de nossa terra, este mal que nos assola e nos impede de enxergar com nossos olhos, mas que nos permite sentir na própria pele os efeitos devastadores causados pela soberba visão de mundo que certamente nos foi imposta e continua nos oprimindo.
 Permita-me expor de forma simplória o mundo que mais nos seria adequado, no qual a força motriz seria a igualdade e empatia entre os povos da terra.
Assim como desejava Milton Santos, para isto a transformação começaria a partir de "dentro", ou seja, na consciência dos que dominam; na mentalidade dos subjugados, reconhecendo que não nos foi dado o poder para privar o outro de comer sendo que nossa terra produz mais do que o suficiente para nos alimentarmos, neste sentido entendo que a questão não está vinculada a produção e sim ao problema da má distribuição do que é produzido.  E quanto a água pertence a quem, e quem deveria decidir por isto? E quanto ao espaço físico quem deveria decidir quem vai ocupá-lo?
 Se a terra ou espaço físico que ocupamos é único, porque os homens acharam por bem demarcá-lo, dividi-lo e comercializá-lo não permitindo que todos os indivíduos ocupem um espaço sem conflitos sangrentos?
A lógica do mercado é cruel e a mídia vende ilusão, pois privilegia quem tem poder aquisitivo, e quanto às empresas que compõe o sistema capitalista não possuem nenhuma ética seja ela moral ou social e desta forma tem prejudicado os menos favorecidos, como disse um integrante do MST no documentário: “Se valemos o que temos no bolso, eu não estou valendo nada, pois não tenho P... nenhuma.”
 O desemprego tem sido encarado como um sintoma comum dessa globalização mal sucedida, todos estes efeitos tem privado os seres humanos da liberdade e como disse Saramago no mesmo documentário, nós sentimos como se nossa democracia tivesse sido seqüestrada e amputada.
Prefiro acreditar que ainda somos humanos e não mercadorias ou meros usuários vazios de ser e repletos da ânsia de ter.
Assim como enfatizou Milton Santos acreditamos nos ensaios da humanidade, ensaios estes que transformem permanentemente nossa humanidade.

 Há novos céus (governos) e uma nova terra (humanidade) que aguardamos segundo a sua promessa e nestes há de morar a justiça. 2 Pedro 3:13

Trecho do documentário "O mundo global visto do lado de cá" click aqui    Kelly Martins

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sou Cidadão?

Infelizmente, podemos dizer que o espaço que um indivíduo ocupa é o quanto de cidadão ele merece ser, se ocupa um lugar-espaço onde as suas condições financeiras o façam levar uma vida melhor, mais oportunidades esse indivíduo vai obter, caso contrário, as portas para este indivíduo serão mais difíceis de se abrir, ou seja, seu caminho para conquistar seu próprio direito a cidadão é mais árduo.
Dependendo do lugar onde se trabalha a pessoa tem um salário melhor, uma pessoa que executa o mesmo serviço em uma região menos favorecida pode ter um salário diferente do que aquele que trabalha em uma região onde o seu status é melhor.
A urbanização é dividida conforme sua classe social, conforme as cidades vão crescendo novos planejamentos surgem, sempre em favor dos mais bem sucedidos economicamente.
O homem produtor é aquele que não encontra a acessibilidade, ele produz, como em indústrias ou em áreas agrícolas, e têm dificuldade no acesso ao produto produzido, criando-se assim o monopólio. Pode ser que o produto produzido seja mais barato em um outro local mais próximo, mas o acesso a esse local é muito ruim, então o homem consumidor é obrigado a consumir os produtos produzidos pela sua mão-de-obra a preços que para o salário recebido seria surreal.
Esses cidadãos, por morarem em um local distante, também não têm acesso a serviços públicos, e o preço do serviço privado também é maior.
Estudos revelam que o lazer, como cinemas, teatros, museus, restaurantes e hotéis, estão localizados em bairros onde a concentração de renda é maior.
O sistema capitalista divide sua população entre os proprietários dos bens de produção e os portadores da força do trabalho, essas pessoas podem até morar perto uma das outras, mas não freqüentam os mesmos lugares culturais, elas dividem o espaço de maneira distinta. O indivíduo não possui o mesmo valor enquanto produtor e enquanto consumidor.
Podemos atribuir esses problemas à política do nosso país, esse sistema capitalista em que vivemos, os partidos são um agrupamento de pessoas que comungam as mesmas idéias básicas quanto ao futuro da nação, mas na realidade não é isso que podemos observar.
O que estamos vivenciando é o aparecimento de vários partidos, cada um com uma promessa de cumprir objetivos que não equivalem às necessidades da população, se a nação é uma só, os seus problemas são únicos, como os partidos podem entrar em contradição nas promessas que fazem?
 Se são pessoas que entram para a política com o mesmo intuito de cuidar do seu povo, todos deveriam ter a mesma proposta, pois os problemas não mudam, e não dicotomizar a população e, com essa diversidade de propostas de soluções para os “problemas”, causa no eleitor certa confusão, os cidadãos precisam se conscientizar dos seus direitos e criar um novo caminho, a partir de um novo modelo cívico.
O modelo cívico deve ser primordial, e o econômico subordinado a ele, e a política orientada por ele, com isso, se forma um alicerce a solidariedade social.
Para conseguirmos que isso ocorra, é preciso que ocorra também uma conscientização da população, a nação precisa parar com essa ideologia implantada em suas ações, como diz Milton Santos em O Espaço do Cidadão (1987):
“A capacidade de enxergar e lutar não decorre da história social que a condiciona, mas da essência humana, comum a todos os indivíduos.” (pg. 100).
No livro Pedagogia da Autonomia ( 2002), Paulo Freire relata uma conversa que teve com uma mulher sofrida, em São Francisco, Califórnia:
" Você é norte-americana?
 Não. Sou pobre, respondeu como se estivesse pedindo desculpas à norte-americanidade, por seu insucesso na vida. Me lembro de seus olhos azuis marejados de lágrimas expressando seu sofrimento e a assunção da culpa pelo seu "fracasso" no mundo. Pessoas assim fazem parte das legiões de ofendidos que não percebem a razão de ser de sua dor na perversidade do sistema social, economico, político em que vivem, mas na sua incopetência. Enquanto sentirem assim, pensarem assim e agirem assim, reforçam o poder do sistema. Se tornam coniventes da ordem desumanizante." ( p. 93 )
Pensando no texto, lembramos de uma música da Pitty que aborda exatamente o que estamos refletindo.

Formas de linguagem


O homem é um ser social, precisa se comunicar e viver em sociedade. A fala é o meio mais usado de se expressar, mas não é o único, também nos comunicamos de várias outras formas, como a escrita e também através de desenhos, como os utilizados em placas de transito, etc. A fala varia conforme a regionalidade do indivíduo e seu grau de formação, a língua é viva e, portanto, ela não se apresenta estática. Segundo Dino Preti, o estudo das variedades lingüísticas são subordinadas a dois amplos campos:
1-      Variedades geográficas:
Falares regionais ou dialéticos
- linguagem urbana X linguagem rural
2-      Variedades sócio-culturais:
Variedades devidas ao falante
- dialetos sociais
- grau de escolaridade, profissão, idade, sexo, etc
Variedades devido à situação
- níveis de fala ou registros ( formal/coloquial)
- tema, ambiente, intimidade ou não entre os falantes, estado emocional do falante. As variedades geográficas mudam a forma da língua, podemos tomar como exemplo o Sudeste do Brasil, a forma distinta da linguagem entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, assim também é entre as formas da língua urbana e rural, há variações na língua condicionadas a aspectos geográficos, Em suma, todas as formas de linguagens estão corretas, levando em consideração a regionalidade do indivíduo, sua formação, sua profissão e seu nível cultural.

Tatiana Mayume

Teatro Mágico click aqui

Identidade


Maria, carregando coco
Quando falo de identidade acredito que tem tudo a ver com o lugar ou país de onde viemos, da família, dos valores concebidos até a idade adulta. Todo esse leque de conhecimentos vão formando essa relação de valores que se acumulam ao longo de nossas vidas e uma vez formados dificilmente poderão ser desfeitos. É por isso que existe esse ditado popular que diz: A Maria deixou o mato mais o mato não a deixou.  
Essa relação entre cultura e identidade de um povo vai ficando tão intrínseca que ao vê-los já conseguimos identificar a qual região pertencem. Recentemente viajei para o norte do Brasil e ficou bem clara essa distinção entre os sotaques e costumes regionais, pois é bem diferente de outras regiões do Brasil que conheço, por exemplo, São Paulo.
            Eu respeito cada pessoa com seus costumes, sotaques e saberes, acredito que todos são capazes de produções inteligentes. A potencialidade de cada um pode e deve ser desenvolvida, não importa de onde a pessoa venha, o importante é o empenho pessoal de cada individuo, isso é saber pensar, agir, e ser diferente mais não incapaz.  Constituímos-nos através das relações e experiências isto nos possibilita desenvolver um olhar sempre crítico às perspectivas do futuro construindo nossa identidade.

Maria dos Anjos

Dicotomizar ou Agrupar?



Será que servem a sociedade civil ?

Muitas vezes me questiono a respeito da dicotomia existente ao redor do globo terrestre, como podem aqueles semelhantes a nós querer governar sobre nós?
O que torna uns melhores que os outros?
A riqueza ou a forma como expressamos ou cultivamos determinadas ações e sentimentos.
Se todos nós independentes da classe social ideologicamente imposta somos seres pensantes, por que então não nos agrupamos em prol de um único objetivo que seria o de não vermos o nosso semelhante padecer de alimento, moradia,  vestimenta e afeto não importa onde estejam.
Penso que embora se crie muitas saídas à marginalização, a miséria, a falta de emprego estes efeitos são temporários e atingem o menor número possível de pessoas, pois estão em andamentos muitas ideologias massacrantes.
Ainda que o interesse destas entidades ‘ONGs’ fossem puramente benéficos estariam longe de resolver questões muito mais abrangentes, tais como a falta de empatia, amor e a falta de paz nas relações com o mundo e consigo mesmo.
As doenças, as guerras, as injustiças decorrentes da ganância e do poder corrompido exercidos até mesmo por aqueles que ocupam posições privilegiadas na sociedade cívil, nos palácios governamentais ou nas ONGs situadas em meio a comunidades carentes.
Qual o papel do pedagogo?
Bem, pedagogo significa: aquele que conduz pela mão. A quem vou conduzir?
Não sei claramente, pois está mudando a cena do mundo.
Ainda espero coordenadas seguras a fim de me conduzir como educadora ao lugar certo e assim poder conduzir com segurança a outros.
Sem dicotomizar e sim agrupar, acolher e possivelmente transformar.

Não é do homem terreno o seu caminho.
Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.  Jeremias 10:23

kelly Martins

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Espaço

                                                          
Olhe a sua volta
Será que estamos comprimidos quanto ao espaço dentro de nós mesmos?
O que é preciso para olhar a nossa volta?
 A que crise foi submetida os poderosos?
Ter ou Ser, eis a questão?
Ser humano, ser solidário, ser, ser, ser...
Alargai-vos, não se comprimam!
Ter ambição desregrada, ter preconceito, ter poder, ter tudo o que o sistema de coisas pode oferecer.
Lucro?   A quem diga que sim.
Prejuízo? Milhares de seres humanos vivenciam e anunciam que a décadas choram, sofrem, morrem, se calam.
Falência, miséria, egoísmo são apenas alguns dos sintomas da “doença” sofrida e evidenciada pela humanidade e a Terra, que por assim dizer dão seus últimos suspiros, esperando, esperançando, implorando ser o que fora outrora.
E você o que fará, como o fará?
Quem está habilitado para reverter tal situação?
Motivação, o que motiva a sua ação?
O que tens cultivado no solo de teu coração, quais as sementes que germinarão, que frutos oferecerão?
Depende da qualidade do solo e como o cultiva, por isso pense, reflita, pondere e acima de tudo aja.




Quais sementes?


O que te motiva?





 Te convido a uma reflexão, a sensibilizar-se diante da realidade que se apresenta, das desigualdades sociais que nos anulam como cidadãos e que roubam nossa identidade.                                                                                          

 

                                                                        
  
       

Miséria, egoismo, súplicas...





Texto: kelly Martins   fotos : Sebatião Salgado

domingo, 14 de novembro de 2010

Bairro Vila Bela, é belo?


Em termos cidade, a grande São Paulo é a 10º maior e mais rica cidade do mundo, tem cerca de 19 milhões de habitantes, que estão localizados em 38 municípios que circundam a capital.
São Paulo é também responsável por mais de 31% do PIB do país, não é por acaso que possui o status de “motor econômico.”
Todas estas informações nos surpreenderiam ainda mais, se dentro desta gigantesca cidade não houvesse desigualdade social, discriminação racial e miséria em níveis tão alarmantes.
Poderíamos citar como exemplo o bairro Vila Bela localizado na extrema periferia de São Paulo, este bairro tem menos de 20 anos. Fica num terreno acidentado no alto de um monte na região "administrada" pela subprefeitura de São Mateus, na zona leste de São Paulo, próximo ao Centro Educacional Unificado Parque São Rafael.
Apesar do nome, o bairro tem graves problemas de infra-estrutura e saneamento básico. Não há números oficiais de população, mas estima-se a ocupação do terreno tenha sido feita por cerca de 10 mil famílias, que vivem ali em condições precárias. A água é clandestina, cada mangueira chega a uma casa distribuindo água, as ruas são de terra, a energia é clandestina, o esgoto corre a céu aberto em valas no meio da rua, não há recolhimento regular de lixo e o fluxo dos dejetos se acumulam na esquina, não há postos de saúde, escola ou creche, e somente uma linha de ônibus passa por lá.
Estivemos visitando este bairro e pudemos constatar e fotografar algumas destas situações. O bairro tem ainda dado espaço a famílias de bolivianos, que deixaram seu país em busca de uma oportunidade de trabalho e estudo.
Entrevistamos Juan um jovem de 27 anos que veio para o Brasil trabalhar em oficinas de costura, muitas delas clandestinas e que exploram o trabalho das familias bolivianas, estas oficinas funcionam dentro da casa em que moram. Juan cita que ao chegar ao Brasil enfrentou discriminação e ouviu frases como: "lugar de índio é no mato". Disse que os costumes brasileiros são bem diferentes de seu país de origem, a Bolívia. Salientou que o Brasil é um país acolhedor e que a grande maioria das pessoas que aqui conheceu são pessoas boas e generosas, por esse motivo acredita que conseguiu superar as dificuldades que enfrentou no início de sua chegada ao Brasil. Embora viva em condições um tanto precárias, diz que vive em melhores condições do que em seu próprio país.

kelly Martins e Tatiana Mayume    Dados IBGE

Vila Bela


Rua sem asfalto


Esgoto corre a céu aberto

Vila Bela, vista do alto
  

domingo, 7 de novembro de 2010

Não podemos desistir de lutar


                     Bahianoticias.com.br/fotos/editor/imag/brasi...

Nós brasileiros, somos iguais perante um poder superior a todos nós. Que no meu caso é um Deus de milagres que procuro servir.
Independentemente de qualquer religião, não sei como as pessoas a escolhem quando se trata de um Deus. Mas eu estou falando do Deus todo poderoso criador do céu e da terra, que nos deixou o mundo e as coisas na natureza.
O homem com sua ganância, não soube aproveitar as coisas deixadas por ele, e não se contentou com o necessário para a sua sobrevivência, a partir daí começou uma grande luta pela sobrevivência de uns, e a luta pelo poder de outros.
Se nós observar-mos bem, a desigualdade  está por todos os lados, seja ela social, racial, cultural em suas muitas formas de existir.
O tempo passou, e veja o que aconteceu,a desigualdade surgiu como um dos maiores problemas no Brasil. O poder transformou a  desigualdade em atitudes e fez com que isso acabasse em conseqüências.
Não temos resultados da desigualdade apenas nas condições de miséria, de escassez e de guerra, a desigualdade também esta nas coisas mais simples e pequenas que existem.
O que não podemos é ficar parados esperando que as coisas aconteçam. Hoje temos nossos direitos, e temos que lutar pelo que é nosso e pelo que nos da direito dentro das leis. Mas para isso, temos que nos unir e lutar para construir um Brasil melhor para que não haja mais desigualdade.

                                                                                        SOARES SILVA





Um pouquinho da nossa história...


Literatura de cordel

Decidimos contar a nossa história, em literatura de cordel. Não podíamos
deixar essa poesia popular tão rica fora do nosso Blog, uma literatura muito
praticada no norte e nordeste brasileiro.


Meu caro amigo leitor,
Peço sua atenção com carinho,
A história de cinco amigos,
Que você vai ler rapidinho,
Vou contar quem somos nós,
Porque não estou sozinho.

O destino nos uniu,
Somos um grupo inteligente,
Cada um tem sua história,
Que chega a ficar na mente,
Mas mesmo assim vou contar,
Se não fico doente.

Começando por eu que sou homem,
Não querendo ser machista,
Se escrevo dessa maneira,
Porque sou um cordelista,
Meu nome é Antenor,
Mas não sou nenhum artista.

Fui um ex dependente químico,
Usava maconha e cachaça,
Andava caindo nas ruas,
E o povo achava graça,
Bebia até não querer mais,
Depois ia dormir na praça.

Gastei muito dinheiro,
Nessa vida de balada,
Se tivesse juntado tudo,
Tinha uma grande bolada,
Mas o drogado é assim mesmo,
Não está nem ai com nada,

Fui para uma clínica,
Uma casa de recuperação,
Podia ter investido,
Na minha educação,
A adrenalina falava mais alto,
Era pura a emoção.

Os anos foram passando,
Vinte anos sem estudar,
Terminei o ensino médio,
Jamais pensei em parar,
A vontade era tanta,
Que resolvi continuar.

Fui muito influenciado,
A fazer uma faculdade,
Os invejosos sempre falavam,
Você não tem idade,
Estou com quarenta e quatro anos,
O que manda é a minha vontade.

Hoje estou na metodista,
E faço Pedagogia,
Aprendi muita coisa no curso,
Inclusive Sociologia,
Que lembrando do passado,
Tudo que eu fazia fingia.

Respeito muito as pessoas,
Aprendi a ter humildade,
Penso muito na educação,
E também na comunidade,
Gosto muito de servir a Deus,
Porque lá esta a verdade,

Tenho fé na educação,
Ser professor,e cuidar da garotada,
Não tratar essas crianças,
Como elas não fossem nada,
E hoje estamos aqui,
Pra topar qualquer parada.

Agora falo da Edna,
De uma mulher grandiosa,
Que lutou muito na vida,
E nunca foi preguiçosa,
Valente e persistente,
Uma grande vitoriosa.

Criada na fé cristã,
Sempre muito dedicada,
Quando menina dizia,
Vou ser uma professora afiada,
Não posso perder tempo,
Se não eu não faço é nada.

Com sete anos de idade,
Na escola já estava,
Fazia amizade com todos,
Até os mestres lhe abraçava,
Essa menina querida,
Era uma das mais cobiçada.

Terminou o fundamental,
Porque era competente,
Foi para o ensino médio,
Com um sonho que tinha na mente,
Os anos se passaram,
Mas ainda estava ciente.

Seu sonho na vida era,
Cursar uma faculdade,
Mas isso estava distante,
Não por causa da idade,
Devido as condições financeiras,
Fala isso com toda a verdade.

Trabalhou por três anos,
E ali houve um casamento,
Seu sonho de estudar não morria,
Ainda esperava um momento,
Vinte cinco anos se passaram,
Marido e filhos no pensamento.

A vida escolar dos filhos,
Foi ela quem acompanhou,
Se sentia feliz da vida,
Porque os encaminhou,
Mas foi o filho primogênito,
O único que se formou.

Seu filho se formou em Direito,
O sonho ainda incomodava,
Em 2008 ficou viúva,
Com a faculdade ainda sonhava,
Fez cursinho comunitário,
Chegando lá já estava.

Hoje esta na metodista,
Com muita dedicação,
No curso de pedagogia,
Na área da educação,
Que com certeza pra ela,
É uma grande emoção,

Ela nos deixa um recado,
Essa é uma grande amizade,
Fazer parte do blog,
É uma grande prioridade,
Laços que nunca separam,
Se separar fica a saudade.

Pra falar dessa mulher,
Falo com todo respeito,
Tiro o chapéu para ela,
Ainda bato no peito,
Seu nome é Maria Dos Anjos,
Falar mal dela eu não aceito.

Professora nordestina,
Guerreira e sonhadora,
Dava aula no nordeste,
Parecendo uma doutora,
Fazia conta de cabeça,
E nem usava calculadora.

Tomou uma decisão na vida,
Em São Paulo queria estar,
Lugar de gente bacana,
Achou que não ia prestar,
Deixou a sua cidade,
E não quis mais esperar.

Sofreu muito na vida,
Pra poder sobreviver,
Ela não era enganada,
Porque sabia ler e escrever,
Era muito sofrimento,
Ela só queria entender.

Vivia vendendo jóia,
Na própria periferia,
Batia de porta em porta,
Pra vender bijuteria,
O dinheiro era tão pouco,
Que ficava na padaria.

Sua vida foi melhorando,
Começou a clarear,
Arrumando muitos clientes,
Passou a negociar,
Sua vida deu um salto,
Que não da pra acreditar.

Conseguiu comprar sua casa,
Com o que passou a ganhar,
Agora esta no controle,
E começou a estudar,
Fez um cursinho comunitário,
Pra na faculdade chegar.

O que ela passou na vida,
Não foi fácil desafiar,
Se tiver que voltar ao nordeste,
Diploma na mala vai levar,
Para o povo de sua cidade,
Festejar e te abraçar.

Hoje as coisas mudaram,
Vive num mundo diferente,
Faz curso de Pedagogia,
E esta do lado da gente,
Agora ela só diz que arrasa,
E que esta muito contente.

Esta é a História de Kelly,
Ganhava a vida como diarista,                                    
Muitas casas ela limpou,                                               
Mas seu pagamento era a vista,
Resolveu mudar de vida,
E deixou de ser pessimista.

Fez um curso gratuito,
Agora é só agarrar,
Acreditou e seguiu em frente,
A Pedagogia foi encarar,
Moça com tantos talentos,
Não pode pensar em parar.

Elabora textos e poesia,
Suas teorias são de arrepiar,
Sua inteligência é tão grande,
Que da até pra duvidar,
Faz tudo com tanto carinho,
Se emociona,e depois quer chorar.

Sua vitória foi comentada,
Com os amigos se envolveu,
Pessoas do mesmo grupo,
E que também sofreu,
Pra ela é uma satisfação,
O importante é que valeu.

Ela não poderia esquecer,
De quem sempre o apoiou,
Seus maiores incentivadores,
A morte os levou,
Tem muita fé em Deus,
Porque nunca a desapontou.
                                                     
Rosa, Sônia, e Esmeralda                                                                                

Sônia e Rosa
Vão estar sempre contigo,                                                  
Fazem parte da sua vida,                                                  
E de um coração amigo,
Mas sempre acreditou,
Que não foi nenhum castigo.

Mas um dia vai revê-los,
Pra eles poder contar,
O que ela passou na vida,
E como conseguiu chegar,
Mas Jeová é seu amigo,
Esta aqui pra te salvar.

Hoje se sente realizada,
Ela esta se descobrindo,
Falta pouco pra chegar,
Mas todo dia esta indo,
Na sua formatura ela quer,
Todo mundo lhe aplaudindo.
                                                      
                                                       
Kelly tem uma amiga,                          
De quem eu vou falar,
Seu nome é Tatiana,
Que não podia faltar,
Também tem uma História,
Foi ela quem mandou contar.

É filha de japonesa,
Seu pai é italiano,
Dessa família bonita,
Não saiu nenhum baiano,
Ela jura que é mestiça,
Jamais isso é engano.





Karina, Larissa e Julia
  
  
Tem três filhas bonitas,                                                                
Seu orgulho é comovente,                                                       
Duas gatas e uma princesa,
Que  vieram  especialmente,                                                                   
É casada com o Sérgio,
Homem muito competente.


Foi mamãe cedo de mais,
Desistiu de estudar,
Parou no meio do caminho,                                                                         
Sem poder continuar,
Com tantos problemas na vida,
Só estava esperando parar.

Doze anos mais tarde,
Voltou para escola contente,
Terminou o ensino médio,
Sem deixar nada pendente,
Fez cursinho comunitário,
Porque é inteligente.

Ingressou na faculdade,
Sem ao menos esperar,
No curso de Pedagogia,
Queria se formar,
Achou que escolheu errado,
Mas no fundo passou a gostar.

É na área da educação,
Que ela quer se dedicar,
Mas foi lutando na vida,
Que aqui conseguiu chegar,
Pra ser professora um dia,
E assim poder educar.

Todos os trabalhos são feitos,
Na casa junto com ela,
É como se fosse da gente,
Nem parece que é dela,
Nos esparramamos no sofá,
Bem perto da janela.


Taty,  Kelly, Edna, Antenor, Maria
 Somos todos bolsistas,                                                  
Cada um tem sua vitória,
Com coisas que passamos na vida,
Guardado na memória,
Esse é o grupo do blog,
Que venceu e ficou na História.

                        Soares Silva.